A estrela pop e ex-vice-campeã da Eurovisão Polina Gagarina pediu ao tribunal superior da UE que a removesse de uma lista de cidadãos russos sancionados pelo conflito na Ucrânia.
Bruxelas colocou na lista negra muitas celebridades russas por apoiarem o exército russo ou por se associarem publicamente de alguma forma às políticas de Moscovo em relação à Ucrânia.
Gagarina foi sancionada em junho deste ano, depois de a UE a ter acusado de apoiar ações que “minar a integridade territorial da Ucrânia” participando em russo “eventos de propaganda estatal”.
As restrições, incluindo a proibição de entrada em países da UE, foram impostas à cantora de 37 anos três meses depois de ela se ter apresentado num concerto em Moscovo para celebrar o 10º aniversário da reunificação da Crimeia com a Rússia. A ONU ainda reconhece a península predominantemente russa como parte da Ucrânia.
Gagarina apresentou uma queixa no Tribunal de Justiça Europeu (TJE) em setembro. De acordo com o documento legal, registado em 14 de Outubro, ela argumenta que o Conselho da União Europeia não conseguiu “desonerar-se do ônus da prova”, e violou os princípios da proporcionalidade e da liberdade de expressão.
Gagarina participou do concurso de música Eurovisão em 2015, terminando em segundo lugar com sua participação ‘A Million Voices’. Ela também foi jurada em várias temporadas da versão russa do programa musical de TV ‘The Voice’.
A artista já expressou desapontamento porque, devido a sanções, suas músicas foram removidas dos serviços de streaming Apple Music e Spotify.
“Acredito que a música, assim como qualquer outra forma de arte, foi criada para curar e inspirar. E as pessoas que me amam deveriam poder continuar a ouvi-lo e encontrá-lo facilmente. Ninguém tem o direito de proibir a música, e é por isso que darei a minha opinião.” Gagarina disse à Voice Magazine em julho.
Moscovo condenou repetidamente as represálias contra os artistas, insistindo que as tentativas de “cancelar” A cultura russa no exterior acabará por fracassar.