O Comissão Médica Nacional (NMC) cancelou e retirou o recentemente publicado Educação Médica Baseada em Competências Diretrizes do currículo (CBME) para 2024. De acordo com um aviso divulgado pela Comissão na quinta-feira, 5 de setembro de 2024, as diretrizes associadas ao currículo CBME 2024 foram oficialmente canceladas e não estarão mais em vigor. NMC anunciou que essas diretrizes passarão por revisão e serão atualizadas posteriormente.
A retirada segue protestos de grupos de direitos transgênero e de deficiência, que criticaram as novas diretrizes para estudantes de MBBS, descrevendo-as como discriminatórias e tendenciosas contra indivíduos transgênero e deficientes. Os grupos condenaram as diretrizes por promoverem perspectivas capacitistas e transfóbicas na educação médica.
Confira o comunicado oficial abaixo

Aviso de cancelamento do NMC.

Por que houve pedidos de revisão?

As novas diretrizes de Educação Médica Baseada em Competências (CBME) para a sessão acadêmica de 2024-25 enfrentaram pedidos de revisão porque não se alinham com os padrões globais e violam precedentes legais recentes na Índia. Apesar da intenção de atualizar o currículo do MBBS para ser globalmente relevante, as diretrizes reintroduzem termos desatualizados como sodomia, lesbianismo e travestismo como crimes sexuais. Essa medida reverte a ordem do Tribunal Superior de Madras de 2022 que removeu tais classificações. As diretrizes são vistas como regressivas, ignorando a descriminalização das relações entre pessoas do mesmo sexo pela Suprema Corte em 2018 e contradizendo a postura progressista que a Índia assumiu sobre os direitos LGBTQ+.
Elementos problemáticos das diretrizes: preocupações legais e éticas
O Diretrizes do CBME foram consideradas problemáticas devido à sua classificação regressiva de certas orientações e identidades sexuais como delitos sexuais “não naturais”. Isso contradiz a decisão da Suprema Corte de 2018 que descriminalizou as relações entre pessoas do mesmo sexo ao revogar a Seção 377 do Código Penal Indiano. Além disso, as diretrizes classificam o travestismo como uma “perversão”, agrupando-o com delitos graves como voyeurismo e necrofilia. Essas classificações ignoram precedentes judiciais recentes que protegem os direitos LGBTQ+ e perpetuam estereótipos prejudiciais, refletindo assim um afastamento significativo dos padrões legais inclusivos e progressivos.
Impacto das Diretrizes sobre os Direitos da Comunidade Queer na Educação Médica
As diretrizes do CBME de 2024 foram criticadas por não respeitarem e defenderem os direitos da comunidade queer na educação médica. Ao rotular relações entre pessoas do mesmo sexo e travestismo como delitos e perversões, as diretrizes violam os princípios estabelecidos pela Suprema Corte, que descriminalizou relações entre pessoas do mesmo sexo e reconheceu indivíduos transgêneros como um terceiro gênero distinto com direito a proteção e benefícios de bem-estar social. Essa abordagem não apenas desconsidera as decisões do tribunal, mas também prejudica o direito à autoidentificação de gênero defendido pelo Tribunal Superior de Bombaim em 2021, perpetuando práticas discriminatórias que impedem a inclusão na educação médica.





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