O que os empregadores mais valorizam nas colocações? Não é o seu CGPA

Quando os alunos se preparam para estágios no campus, muitos presumem que um alto CGPA (Média cumulativa de notas) abrirá portas para as melhores ofertas de emprego. No entanto, um novo relatório intitulado O Nova realidade na contratação universitária por ContratePro revela um forte contraste entre o que os estudantes acreditam e o que os empregadores realmente priorizam.
O relatório, baseado num inquérito a mais de 20.000 estudantes, 350 instituições de ensino, 200 entidades empresariais e insights de mais de 100 especialistas em recrutamento de campus, fornece uma visão das diferentes perspectivas sobre os principais factores que influenciam as decisões de colocação.
CGPA vs Habilidades
A análise comparativa do relatório expõe uma lacuna significativa entre a percepção dos alunos sobre o desempenho acadêmico e a realidade das expectativas corporativas. De acordo com a pesquisa, os alunos classificam o desempenho acadêmico (CGPA) como o principal fator para o sucesso na colocação. Em contraste, tanto o meio académico como as empresas colocam a CGPA no final da sua lista, classificando-a em 10º lugar em importância.
Este desalinhamento sugere que, embora os estudantes possam investir fortemente nas suas notas, as empresas e até mesmo as instituições de ensino estão a avançar no sentido de uma avaliação mais holística dos candidatos. Para as empresas, um CGPA elevado não indica necessariamente disponibilidade para o trabalho. Eles valorizam as habilidades práticas e os traços comportamentais em detrimento das notas acadêmicas, sinalizando uma mudança na forma como o talento é avaliado.

Classificação dos critérios de colocação por estudantes, acadêmicos e corporativos

Fonte: Relatório ‘A nova realidade na contratação de faculdades’ da HirePro

Observe que a classificação mais baixa denota maior importância
Competências técnicas: uma prioridade comum a todos os grupos
Uma área em que estudantes, universidades e empregadores se alinham é a ênfase partilhada nas competências técnicas. A pesquisa mostra que todos os três grupos classificam altamente as habilidades técnicas, com o meio acadêmico e as empresas colocando-as como sua principal prioridade, enquanto os estudantes atribuem-lhes o segundo lugar.
A proficiência técnica é claramente vista como um fator crítico na determinação da capacidade de um candidato para desempenhar uma função. Quer se trate de codificação, engenharia ou outro conhecimento específico de um domínio, as habilidades técnicas representam uma medida tangível da capacidade de um candidato de contribuir para os objetivos de uma empresa. Este consenso ressalta a importância do desenvolvimento de competências essenciais durante a jornada acadêmica.
Ênfase em pesquisas e projetos para aplicação no mundo real
A experiência prática na forma de projetos de pesquisa também é altamente valorizada, ficando em segundo lugar para o meio acadêmico e em terceiro para estudantes e empresas. Os projetos fornecem uma plataforma para os alunos demonstrarem suas habilidades de resolução de problemas e aplicação prática do conhecimento teórico. Para o meio acadêmico, é uma marca de quão bem os alunos absorveram e aplicaram seu aprendizado. Entretanto, as empresas vêem estes projectos como prova da capacidade de um candidato para trabalhar em problemas do mundo real, tornando-os um factor essencial nas suas decisões de contratação.
Atitude e comportamento: um ativo corporativo subestimado
Onde o relatório revela uma divergência intrigante é na importância da atitude e do comportamento. As empresas colocam uma ênfase significativa nestas características, classificando-as em quarto lugar na sua lista de prioridades. Em comparação, os estudantes os classificam em quinto lugar, enquanto a academia os coloca muito abaixo, em oitavo.
Esta lacuna sugere que os estudantes e as instituições académicas podem não compreender totalmente o peso que os empregadores atribuem às competências interpessoais, ao profissionalismo e à adaptabilidade no local de trabalho. Nos ambientes de trabalho colaborativos e dinâmicos de hoje, os empregadores procuram candidatos que possam trabalhar bem em equipa, lidar com a pressão e manter uma atitude positiva, factores que podem fazer ou prejudicar o progresso na carreira a longo prazo.
Habilidades interpessoais: O componente essencial, mas esquecido
Embora não estejam no topo, as competências interpessoais – incluindo comunicação, trabalho em equipa e capacidades de liderança – são reconhecidas como importantes por todos os grupos inquiridos. Classificadas em quarto lugar pelos estudantes e pela academia, e em quinto pelas empresas, essas habilidades são essenciais para navegar pelas complexidades das interações no local de trabalho. Embora as habilidades técnicas possam garantir o emprego a um candidato, muitas vezes são as habilidades interpessoais que garantem o sucesso a longo prazo.
Percepção dos alunos versus realidade corporativa dos estágios
Curiosamente, embora os estudantes classifiquem a experiência de estágio como altamente importante (terceiro), as empresas parecem valorizá-la menos, atribuindo-lhe uma classificação de seis. Isto sugere que, embora os estágios proporcionem uma visão valiosa do mundo profissional, podem não ser um factor tão decisivo no processo de contratação como os estudantes pensam. As empresas provavelmente pesam mais outros fatores – como conhecimento técnico e atitude – ao tomar decisões finais de contratação. No entanto, os estágios proporcionam aos alunos uma forma de construir experiências no mundo real, o que fortalece indiretamente outros atributos-chave.
Atividades extracurriculares e competições: um complemento, não um fator decisivo
Conquistas fora da sala de aula, como participação em atividades extracurriculares e vitórias em competições técnicas, são classificadas como baixas pelas empresas. Enquanto os alunos classificam as atividades extracurriculares em seis, a academia e as empresas as colocam em 10º e 9º, respectivamente. Da mesma forma, as competições técnicas têm importância moderada para estudantes e academia (classificadas em sétimo lugar), mas as empresas ainda não lhes dão muito peso.
Isto realça que, embora estas atividades possam melhorar o perfil de um candidato, não são vistas como essenciais no processo de colocação. Os estudantes devem reconhecer que tais realizações são complementares e podem apoiar, mas não substituir, as qualidades essenciais que os empregadores procuram.
As empresas atribuem um valor surpreendentemente elevado à capacidade de aprendizagem e adaptação de um candidato, classificando-o em sexto lugar, enquanto os estudantes e o meio académico classificam-no muito abaixo, em nono e sexto, respetivamente. Os empregadores, especialmente em setores em constante evolução, precisam de candidatos flexíveis, de aprendizagem rápida e dispostos a abraçar novos desafios. Em contraste, os estudantes podem subestimar a importância desta característica para o sucesso a longo prazo no local de trabalho.
Uma perspectiva holística: o que o relatório implica
O relatório HirePro esclarece uma incompatibilidade fundamental nas expectativas de estudantes, universidades e empresas quando se trata de colocações. Os estudantes muitas vezes sobrestimam a importância do seu CGPA, enquanto os empregadores procuram um candidato completo – um com fortes competências técnicas, experiência prática e uma atitude positiva.
Para os estudantes, a principal conclusão é que o desenvolvimento de competências técnicas, a participação em projetos do mundo real e o cultivo de uma atitude profissional podem fazer toda a diferença na transição da sala de aula para o local de trabalho.





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