O presidente russo, Vladimir Putin, pareceu apoiar na quinta-feira Vice-presidente Kamala Harris na corrida presidencial de 2024 contra o ex-presidente Donald Trump.
De acordo com vários relatos, Putin foi questionado durante o Fórum Econômico Oriental do qual participou no leste da Rússia sobre como ele via a próxima eleição nos EUA.
O presidente russo, aparentemente sorrindo ao lado do moderador do evento, disse que, em última análise, cabe ao povo americano decidir, mas disse que, assim como o presidente Biden apoiou Harris, “nós faremos o mesmo, nós a apoiaremos”.
“Ela ri de forma tão expressiva e contagiante que significa que está tudo bem com ela”, acrescentou.
PUTIN AFIRMA QUE PREFERE O “MAIS PREVISÍVEL” BIDEN A TRUMP
No início deste ano, Putin demonstrou apoio a Biden antes de ele desistir da disputa, alegando que preferia Biden a Trump, pois ele é um candidato mais previsível.
De acordo com a ex-oficial de inteligência da DIA e autora de “Putin’s Playbook”, Rebekah Koffler, “os russos não apoiam ninguém, no sentido tradicional.
“Quando se trata de preferência, Putin e seu regime preferem lidar com Kamala como uma futura presidente dos EUA”, disse Koffler à Fox News Digital. “Putin acredita que pode manipular Harris facilmente, diferentemente de Trump, a quem os russos descreveram como imprevisível e difícil de ler.
“Ao emitir essas declarações, os russos estão apenas brincando conosco, especificamente com a Equipe Harris”, Koffler acrescentou. “É uma operação de influência clássica para desequilibrar seu adversário zombando, provocando e agradando-o, ou melhor, parecendo agradar.”
Apesar dos comentários de Putin sobre o aparente apoio aos candidatos democratas em detrimento de Trump, a comunidade de inteligência dos EUA continua a avaliar que Putin preferiria uma segunda presidência de Trump, de acordo com relatos do início deste ano.
POR QUE PUTIN PREFERE HARRIS A TRUMP NA CASA BRANCA
A avaliação é supostamente consistente com ações autorizadas por Putin durante as eleições de 2016 e 2020, quando foi descoberto que a Rússia interferiu nas eleições ao realizar campanhas de desinformação para impulsionar a candidatura de Trump.
De acordo com uma investigação sobre as eleições de 2020o Diretor de Inteligência Nacional dos EUA descobriu “que o presidente russo Putin autorizou, e uma série de organizações governamentais russas conduziram, operações de influência destinadas a denegrir a candidatura do presidente Biden e o Partido Democrata, apoiando o ex-presidente Trump, minando a confiança pública no processo eleitoral e exacerbando as divisões sociopolíticas nos EUA”
A Rússia negou qualquer interferência em qualquer eleição dos EUA, embora o aparente apoio de Putin aos candidatos democratas e suas posições políticas declaradas sejam contrárias aos seus interesses estratégicos.
Trump tem criticado o apoio dos EUA à Ucrânia na sua guerra contra a Rússia após a invasão há mais de dois anos e meio, e o seu companheiro de chapa escolhido, candidato a vice-presidente JD Vancedisse abertamente: “Não me importa realmente o que aconteça com a Ucrânia de uma forma ou de outra.”
Além disso, os líderes da OTAN continuam preocupados sobre como uma segunda presidência de Trump poderia afetar a aliança militar, já que ele sugeriu que retiraria as tropas americanas da Europa — uma medida que alguns temem que possa desestabilizar a aliança e encorajar Putin.
Trump disse que tem um plano para acabar com a guerra se for eleito, embora tenha permanecido em silêncio sobre quaisquer medidas políticas concretas para isso.
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Putin afirmou na quinta-feira que estava aberto a engajar-se em negociações de paz com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy e disse: “Se houver desejo da Ucrânia de continuar com as negociações, eu posso fazer isso.”
Os comentários são uma reversão de suas declarações anteriores, quando ele disse que não havia possibilidade de negociações em meio à invasão ucraniana de Kursk.
Putin também sugeriu que o Brasil, a Índia ou a China poderiam atuar como mediadores nas negociações – uma condição com a qual a Ucrânia dificilmente concordaria, já que a China ajudou a Rússia em sua guerra.
A Reuters contribuiu para esta reportagem.