Empresas e institutos estão atualmente trabalhando em processos biotecnológicos para a produção de laticínios sem o uso de vacas: Na chamada fermentação de precisão, proteínas de ovos e leite são produzidas com a ajuda de bactérias, leveduras ou outros fungos. Isso resulta em alimentos como leite ou queijo com sabor e textura familiares. Os defensores esperam que isso leve a uma produção de alimentos mais sustentável, pois proteínas ricas em nutrientes podem ser produzidas usando menos recursos. Mas os consumidores aceitarão esses produtos? Pesquisadores da Universidade de Göttingen descobriram que uma grande proporção de consumidores alemães está disposta a tentar comprar queijo produzido dessa maneira. Os resultados do estudo foram publicados no periódico internacional Alimentos do Futuro.

O estudo, que foi conduzido em colaboração com a LI Food — Landesinitiative Ernährungswirtschaft Niedersachsen e o Instituto Alemão de Tecnologias Alimentares (DIL), é baseado em uma pesquisa online representativa com cerca de 2.000 participantes. Os pesquisadores analisaram como vários aspectos da informação afetam a aceitação do queijo produzido dessa forma. Eles analisaram as oportunidades e riscos potenciais da tecnologia, incluindo sua relação com a sustentabilidade, impacto na agricultura e qualidade do produto.

Em geral, a informação tem apenas uma influência menor sobre se os consumidores experimentariam ou comprariam queijo de fermentação de precisão. Apenas a referência à modificação genética tecnológica dos microrganismos necessários para o processo de produção leva a uma disposição ligeiramente significativamente menor de experimentar o produto.

Os entrevistados também foram confrontados com as potenciais vantagens e desvantagens dessa tecnologia. Foi descoberto que enfatizar a alta qualidade consistente dos produtos e as vantagens em termos de meio ambiente e bem-estar animal em particular aumentou a disposição de experimentar esse queijo. A situação é diferente quando os consumidores são informados sobre possíveis riscos, por exemplo, que os fazendeiros podem perder sua fonte de renda devido à nova tecnologia ou que grandes empresas podem exercer muito poder no mercado. Esses aspectos reduziram ao máximo a disposição de comprar e pagar por esse queijo.

“Nosso estudo mostra que os consumidores na Alemanha estão abertos ao queijo de fermentação de precisão se forem informados sobre os benefícios e a alta qualidade do produto. No entanto, é importante projetar a comunicação cuidadosamente para abordar as preocupações sobre o impacto na agricultura tradicional”, explica a primeira autora, Dra. Sarah Kühl, Presidente de Marketing para Alimentos e Produtos Agrícolas na Universidade de Göttingen.

Produtos correspondentes já estão no mercado nos EUA; a autorização na Alemanha e na União Europeia ainda está pendente. A tecnologia como tal não é nova — ela já é usada na produção de medicamentos como a insulina.



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