Um novo PET scan detecta com segurança tumores benignos no pâncreas, de acordo com uma pesquisa liderada pelo centro médico da Universidade Radboud. Os exames atuais muitas vezes não conseguem detectar esses insulinomas, embora causem sintomas devido aos baixos níveis de açúcar no sangue. Uma vez encontrado o tumor, a cirurgia é possível.

O pâncreas contém células que produzem insulina, conhecidas como células beta. A insulina é um hormônio que ajuda o corpo a absorver o açúcar do sangue e armazená-lo em locais como as células musculares. Isso regula os níveis de açúcar no sangue. Em casos raros, o mau funcionamento das células beta, resultando em um tumor benigno denominado insulinoma. Este tumor quase nunca se espalha, mas ainda causa problemas devido à produção excessiva de insulina, levando a níveis baixos de açúcar no sangue.

Alternativa ao corte do tecido pancreático

“As pessoas com esta condição têm pouca energia devido ao baixo nível de açúcar no sangue e muitas vezes desmaiam”, explica Marti Boss, primeiro autor do estudo. “É uma doença muito desafiadora. Muitas vezes leva muito tempo até que os pacientes obtenham um diagnóstico. Podemos realizar exames de sangue, mas eles não podem confirmar se a causa é um tumor ou onde está localizado. Vários exames como tomografia computadorizada, ressonância magnética e PET estão disponíveis, mas nem sempre mostram os insulinomas.

A remoção cirúrgica do tumor resolve o problema, mas primeiro é necessário saber a localização do tumor. Martin Gotthardt, professor de Medicina Nuclear em Radboudumc, explica: “No passado, os cirurgiões começavam a cortar porções do pâncreas até encontrarem o tumor. Se fosse no final, todo o pâncreas desapareceria. Você pode viver sem pâncreas, mas enfrentaria diabetes grave e teria que controlar constantemente o açúcar no sangue. Portanto, era urgentemente necessário um exame melhor”.

Uma nova solução

Gotthardt e sua equipe desenvolveram um exame completamente novo, o chamado Exendin-PET scan, que permite a localização precisa dos insulinomas. Eles publicaram anteriormente resultados de um estudo em crianças, onde o insulinoma é congênito. Agora, apresentam resultados de um estudo em adultos, onde o insulinoma se desenvolveu gradualmente.

No estudo participaram 69 pacientes adultos com suspeita de insulinoma. O Exendin-PET detectou tumores em 95% dos pacientes, em comparação com 65% com o PET atual. Quando combinado com tomografia computadorizada e ressonância magnética, o PET atual geralmente detectava o tumor, mas em 13% dos casos o insulinoma só era visível no novo exame. Boss acrescenta: ‘Acreditamos que a nova varredura pode substituir todas as outras varreduras. Todos os insulinomas que encontramos no novo exame foram removidos e todos os pacientes ficaram completamente curados após a cirurgia, embora alguns já estivessem doentes há décadas.

Tecnologia derivada de lagarto

A nova varredura é baseada em uma substância encontrada na saliva do monstro Gila, uma espécie de lagarto nativo de áreas desérticas dos Estados Unidos. Gotthardt explica: “Sabíamos que esta substância se liga especificamente a uma molécula destes tumores, o receptor GLP1. A substância da saliva não era muito estável no corpo humano, por isso criamos uma versão quimicamente mais estável, chamada Exendina. Em seguida, anexamos uma substância radioativa a ele, para que pudesse ser visível em um PET scan. Agora, esta Exendina levemente radioativa parece detectar perfeitamente insulinomas.

O próximo passo é introduzir o Exendin-PET nas clínicas como o exame padrão para pessoas com suspeita de ter um insulinoma. Os investigadores irão agora avaliar como o exame melhora a qualidade de vida dos pacientes e quanto dinheiro pode ser poupado se outros exames, como tomografia computadorizada e ressonância magnética, não forem mais necessários. Além disso, a equipe de Gotthardt está investigando o uso potencial do Exendin para o tratamento de insulinomas em um novo projeto de pesquisa chamado LightCure.



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