A gigante russa de antivírus Kaspersky Labs disse à BBC News que está deixando os EUA depois que o governo Biden proibiu as vendas e a distribuição do software da empresa.

A Kaspersky disse que tomou a “triste e difícil decisão” de sair “já que as oportunidades de negócios no país não são mais viáveis”.

A decisão ocorreu depois que a secretária de Comércio, Gina Raimondo, disse no mês passado que a influência de Moscou sobre a empresa representava um risco significativo à infraestrutura e aos serviços dos EUA.

A Kaspersky, que opera nos EUA há duas décadas, negou as acusações.

“A partir de 20 de julho de 2024, a Kaspersky encerrará gradualmente suas operações nos EUA e eliminará cargos baseados nos EUA”, disse a empresa em um comunicado.

Seu site nos EUA já parou de vender suas ferramentas de antivírus e segurança cibernética, com uma mensagem dizendo “compra indisponível para clientes nos EUA”.

O anúncio foi feito depois que as vendas e a distribuição de produtos Kaspersky foram proibidas nos EUA.

A Sra. Raimondo disse que os EUA foram obrigados a agir devido à “capacidade e… intenção da Rússia de coletar e usar como arma as informações pessoais dos americanos”.

“A Kaspersky não poderá mais, entre outras atividades, vender seu software nos Estados Unidos ou fornecer atualizações para software já em uso”, disse o Departamento de Comércio.

A decisão usou amplos poderes criados pelo governo Trump para proibir ou restringir transações entre empresas americanas e empresas de tecnologia de países “adversários estrangeiros”, como Rússia e China.

Ela efetivamente proibiu downloads de atualizações de software, revendas e licenciamento de produtos a partir de 29 de setembro, enquanto novos negócios seriam restringidos dentro de 30 dias do anúncio.

Vendedores e revendedores que violarem as restrições enfrentarão multas do Departamento de Comércio.

De acordo com o Departamento de Comércio, a empresa multinacional sediada em Moscou tem escritórios em 31 países ao redor do mundo, atendendo mais de 400 milhões de usuários e 270.000 clientes corporativos em mais de 200 países.

Na época, a Kaspersky disse que pretendia buscar “todas as opções legalmente disponíveis” para combater a proibição e negou estar envolvida em qualquer atividade que ameaçasse a segurança dos EUA.



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