Os EUA anunciaram planos de proibir a venda de software antivírus feito pela empresa russa Kaspersky devido a seus supostos vínculos com o Kremlin.
A influência de Moscou sobre a empresa representa um risco significativo para a infraestrutura e os serviços dos EUA, disse a secretária de Comércio, Gina Raimondo, na quinta-feira.
Ela disse que os EUA foram obrigados a agir devido à “capacidade e… intenção da Rússia de coletar e usar como arma as informações pessoais dos americanos”.
“A Kaspersky não poderá mais, entre outras atividades, vender seu software nos Estados Unidos ou fornecer atualizações para software já em uso”, disse o Departamento de Comércio.
A Kaspersky disse que pretendia buscar “todas as opções legalmente disponíveis” para combater a proibição e negou estar envolvida em qualquer atividade que ameaçasse a segurança dos EUA.
O plano usa amplos poderes criados pelo governo Trump para proibir ou restringir transações entre empresas americanas e empresas de tecnologia de países “adversários estrangeiros”, como Rússia e China.
O plano efetivamente impedirá downloads de atualizações de software, revendas e licenciamento do produto a partir de 29 de setembro, e novos negócios serão restritos dentro de 30 dias do anúncio.
Vendedores e revendedores que violarem as restrições enfrentarão multas do Departamento de Comércio.
O Departamento de Comércio também listará duas unidades russas e uma britânica da Kaspersky por supostamente cooperarem com a inteligência militar russa.
A empresa tem sido alvo de reguladores dos EUA há muito tempo. Em 2017, o Departamento de Segurança Interna baniu seu principal produto antivírus de redes federais, alegando laços com a inteligência russa.
Embora a empresa multinacional tenha sede em Moscou, ela tem escritórios em 31 países ao redor do mundo, atendendo mais de 400 milhões de usuários e 270.000 clientes corporativos em mais de 200 países, disse o Departamento de Comércio.
O número de clientes afetados nos EUA é um dado comercial confidencial.
No entanto, um funcionário do Departamento de Comércio foi citado pela Reuters dizendo que era um “número significativo” e incluía governos estaduais e locais e empresas que fornecem telecomunicações, energia e assistência médica.